Em sociedade, nós temos variadas interações com diversas pessoas a todo o tempo e uma das piores experiências é a perda que, tanto física quanto emocional, traz o melancolia pelo luto de alguém querido, isto é, o sofrimento pela perda de um familiar ou amigo próximo.
De acordo com Freud, no luto há ausência de libido que antes era voltada ao objeto ou pessoa amada.
Na interação dentro da casa do BBB22, mesmo que os participantes estejam ali pelo prêmio de R$1,5 milhão, cria-se vínculo entre eles. Positivo ou negativo, os sentimentos são reais e até me arrisco a dizer que são mais lúcidos do que quando vividos aqui fora.
A cada eliminação ou desistência de um participante é preciso entender que, na melancolia, a lamentação pela perda é maior e a pessoa age como se ela própria tivesse se perdido junto a pessoa amada. Isso provoca um estado de grande desmotivação e tristeza profunda em quem ficou dentro da casa mais vigiada do Brasil.
A perda exige um investimento de energia no âmbito psíquico que talvez seja difícil de ser alcançado naquele momento. Com isso, a pessoa não consegue lidar com o vazio.
No evento de um participante desistente do programa, os que ficam pra trás agem da mesma forma que amigos e familiares de um suicida. "Mas ele e eu conversamos hoje mais cedo", "Ele pediu pra usar minha pasta de dentes ainda agora", "Então aquela conversa ontem na festa foi despedida?", entre outras coisas.
Estudiosos apontam que a perda representa a desintegração do próprio ego dos participantes e, portanto, do eu interior de cada um. Existem várias formas que levam uma pessoa a desistir do BBB, por exemplo: sentimentos de abandono, distanciamento ou inutilidade. Tudo isso desestabiliza o campo psíquico e fragmenta o ego. Portanto, desintegra o próprio eu, levando o participante a apertar o botão de desistência.
Silas Lins
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